Sabias que os terrores noturnos afetam cerca de 40% das crianças entre os 18 meses e os 5 anos?
Por vezes confundidos com pesadelos, os terrores noturnos das crianças pequenas assustam muitas vezes os pais, embora sejam normais e inofensivos para a criança. Como reconhecer os terrores noturnos, geri-los e até mesmo preveni-los?
O que são os terrores noturnos?
Os terrores noturnos ocorrem geralmente em crianças entre os 18 meses e os 5 anos. Ocorrem geralmente no início da noite, pois é quando os períodos de sono profundo são mais longos, e é precisamente durante estas fases do sono que os terrores aparecem. A criança está na última fase do sono de ondas lentas, a dormir profundamente e depois a passar para o sono REM. Por alguma razão desconhecida, esta transição sofre uma reviravolta e os terrores noturnos aparecem.
Os terrores noturnos são diferentes dos pesadelos. Os pesadelos ocorrem geralmente no final da noite, no final de um ciclo de sono, durante o sono REM. Durante um terror noturno, no entanto, a criança não tem consciência da presença dos pais, pois não está completamente acordada.
Os terrores noturnos podem durar alguns minutos (normalmente não mais de 5), mas por vezes podem durar mais em algumas crianças.
Durante um terror noturno, a criança pode:
- Gritar
- Estar sentada na cama
- Parecer aterrorizada
- Ter os olhos muito abertos, mas com o olhar perdido
- Falar sem sentido
- Estar desorientada
- Ser agressiva e não tolerar que lhe toquem ou peguem ao colo
Quando o terror noturno termina, todos os sinais que a criança tinha mostrado desaparecem, volta para a cama e adormece rapidamente, novamente sem ter consciência da presença dos pais.
Pode acontecer que, após um terror noturno, a criança acorde totalmente, caso em que geralmente está perdida e bastante preocupada, sobretudo porque os pais parecem perturbados com o que acabou de acontecer. No dia seguinte, as crianças geralmente não se lembram dos seus terrores noturnos.
Quais são as causas dos terrores noturnos?
A principal causa dos terrores noturnos é hereditária. Por conseguinte, são mais frequentes em famílias em que um dos pais ou avós teve terrores noturnos em criança.
Embora as causas dos terrores noturnos não sejam totalmente conhecidas, podem ocorrer quando as crianças estão muito cansadas e se deitam mais tarde do que o habitual devido a alterações no seu período de sono profundo. O mesmo acontece quando as crianças deixam de fazer a sesta e quando mudam os seus hábitos de sono.
Se a criança tiver alterações na sua vida quotidiana que lhe causem ansiedade (desacordo entre os pais, mudanças, troca de creche, etc.), é gerado um stress que pode desencadear episódios de terrores noturnos.
Por último, quando uma criança está doente, sobretudo se tiver febre, o risco de sofrer terrores noturnos aumenta.
Também é importante saber que as crianças que tiveram terrores noturnos na primeira infância têm mais probabilidades de desenvolver sonambulismo e são mais propensas a falar a dormir na idade adulta. Em 90% dos casos, a falta de sono da criança é a responsável por desencadear os terrores noturnos.
O que fazer com os terrores noturnos?
- Acima de tudo, não deves tentar acordar a criança, ainda que pareça muito traumatizada por este terror.
- Não lhe fales e evita tocar-lhe, porque ainda que pareça acordada, não terá consciência de que os pais estão ali e a intervenção poderá até prolongar o episódio. Recomenda-se simplesmente sentar-se ao lado dela para garantir que não cai da cama e se magoa.
- Esperar que volte a adormecer sozinha. Se acordar totalmente, convém tranquilizá-la, pois pode surpreender-se com o facto de os pais estarem com ela a meio da noite. No dia seguinte, recomenda-se vivamente não dizeres à criança que teve um episódio de terror noturno, a menos que seja ela a mencioná-lo, o que é muito pouco provável. De facto, se o fizeres, existe o risco de a criança desenvolver medo de ir para a cama.
Como prevenir os terrores noturnos?
Como a maioria dos terrores noturnos estão relacionados com a falta de sono, é importante estabelecer um ciclo diurno e noturno real para a criança.
- Se a criança deixou de fazer a sesta e tem terrores noturnos, podes começar a deitá-la novamente à tarde, reduzindo a duração das sestas à medida que for avançando. Se não quiser dormir, uma alternativa poderá ser oferecer-lhe um momento tranquilo com um livro.
- Estabelecer uma rotina para ir para a cama, evitando os ecrãs e os contos de terror.
- Não propor desportos extenuantes, refeições pesadas ou atividades que estimulem demasiado a sua imaginação mesmo antes de se deitar.
- Criar um ambiente tranquilo antes de se deitar: dar-lhe um banho, contar-lhe uma história, deixar acesa uma luz noturna... O ritual que melhor se adapta a cada criança e ao seu estilo de vida.
- Evitar as situações stressantes, pois o stress é um verdadeiro desencadeador dos terrores noturnos nas crianças predispostas a sofrê-los.
- Utilizar complementos alimentares suaves para favorecer um sono tranquilo e reparador nas crianças, em particular produtos à base de plantas adaptados à sua idade.
Impressionantes, os terrores noturnos não são graves e geralmente são consequência da falta de sono ou do stress de uma criança com predisposição para os sofrer. São frequentes quando as crianças começam a escola em setembro ou quando já não dormem a sesta à tarde. Por isso, é importante seguir umas instruções simples para tratar os terrores noturnos. Aconselha-se pedir conselhos a um profissional de saúde de confiança sobre como melhorar o sono do bebé para que este possa desfrutar de um sono tranquilo.