VIH e SIDA: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

VIH e SIDA: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

O que é o VIH?

O VIH é um vírus que infeta e destrói as células imunitárias chamadas células T ou CD4. Com o tempo, à medida que o número destas células diminui, o corpo perde a sua capacidade de combater infeções. Embora o VIH não tenha cura, os tratamentos modernos permitem que as pessoas infetadas possam viver durante muitos anos com uma boa qualidade de vida e sem que a infeção progrida para a SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).

Transmissão do VIH

O VIH transmite-se através de certos fluidos corporais, como:

  • Sangue
  • Sémen
  • Secreções vaginais e retais
  • Leite materno

As principais vias de transmissão incluem:

  1. Relações sexuais sem proteção: As relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infetada são a via mais comum de transmissão do VIH.
  2. Partilha de agulhas ou seringas: O uso partilhado de equipamento de injeção de drogas pode propagar o vírus entre os utilizadores.
  3. De mãe para filho: Uma mãe infetada pode transmitir o vírus ao seu filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação, embora este risco possa ser reduzido significativamente com tratamento médico adequado.

É importante destacar que o VIH não se transmite por contacto casual, como abraçar, dar a mão, partilhar utensílios ou através do ar ou da água.

Etapas do VIH

O VIH desenvolve-se em três etapas se não for tratado:

  1. Infeção aguda por VIH: Esta é a etapa inicial e ocorre poucas semanas após a exposição ao vírus. Os sintomas são similares aos da gripe e podem incluir febre, dor de garganta, erupção cutânea e fadiga. Nesta fase, o vírus multiplica-se rapidamente e é altamente infeccioso.
  2. Infeção crónica por VIH (latência clínica): Após a fase aguda, o vírus continua presente no corpo, mas multiplica-se a um ritmo mais lento. Durante esta etapa, uma pessoa pode não ter sintomas ou ter sintomas leves, mas ainda pode transmitir o vírus. Se não for tratado, esta fase pode durar vários anos.
  3. SIDA: A última etapa do VIH ocorre quando o sistema imunitário está gravemente danificado e a pessoa torna-se vulnerável a infeções graves e cancros. Nesta fase, é diagnosticada a SIDA.

Diagnóstico do VIH

O diagnóstico do VIH é realizado através de análises de sangue que detetam a presença do vírus ou dos anticorpos que o corpo produz em resposta ao VIH. As análises mais comuns incluem:

  • Análise de anticorpos do VIH: Deteta os anticorpos que o corpo produz em resposta ao VIH. Estes anticorpos podem tardar várias semanas a desenvolver-se após a infeção, pelo que esta análise pode não detetar uma infeção recente.
  • Análise combinada de antigénios e anticorpos: Deteta tanto os anticorpos como um antigénio específico do VIH chamado p24, que aparece pouco depois da infeção. Esta análise é mais sensível nas primeiras etapas da infeção.
  • Análise de ARN do VIH: Deteta diretamente o vírus no sangue e pode identificar uma infeção antes das análises de anticorpos. No entanto, esta análise é menos comum e mais dispendiosa.

É recomendável realizares análises regularmente se pertenceres a um grupo de alto risco ou se tiveste alguma conduta que te pudesse ter exposto ao vírus.

Tratamento do VIH

Embora não exista uma cura para o VIH, os tratamentos modernos permitem às pessoas com VIH viver uma vida longa e saudável. O tratamento principal é a terapia antirretroviral (TAR), que consiste numa combinação de medicamentos que reduzem a quantidade de vírus no corpo a níveis indetetáveis. Assim, não só se melhora a saúde da pessoa infetada, mas também se reduz significativamente o risco de transmitir o vírus a outras pessoas. A TAR deve ser tomada todos os dias para ser eficaz.

Quando seguida corretamente, pode reduzir a carga viral no corpo a níveis indetetáveis, o que significa que uma pessoa não pode transmitir o vírus através das relações sexuais. No entanto, isto não significa que o vírus tenha desaparecido do corpo; se o tratamento for interrompido, o vírus pode voltar a multiplicar-se.

Prevenção do VIH

Existem várias maneiras de reduzir o risco de infeção por VIH:

  1. Uso de preservativos: O uso constante e correto de preservativos durante as relações sexuais é uma das formas mais eficazes de prevenir a transmissão do VIH.
  2. Terapia PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): As pessoas com alto risco de contrair o VIH podem tomar medicamentos preventivos diários (PrEP) que reduzem significativamente as probabilidades de infeção.
  3. Profilaxia pós-exposição (PEP): Se uma pessoa acredita ter estado exposta ao VIH, pode começar a tomar medicamentos antirretrovirais dentro das primeiras 72 horas para reduzir o risco de infeção.
  4. Evitar partilhar agulhas: As pessoas que injetam drogas devem usar sempre equipamento limpo e nunca partilhar seringas.
  5. Tratamento das pessoas infetadas: As pessoas que vivem com VIH e tomam terapia antirretroviral podem reduzir a sua carga viral a níveis indetetáveis, o que diminui o risco de transmissão.

Viver com VIH

Com o tratamento adequado, as pessoas com VIH podem viver vidas longas e saudáveis. No entanto, o VIH continua a ser uma doença crónica que requer atenção médica constante. Além de tomar medicamentos, é importante adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercício regular e check-ups médicos frequentes. O estigma social continua a ser um desafio importante para as pessoas com VIH. É crucial promover a educação e apoio para reduzir a discriminação e promover uma maior compreensão da doença.

Conclusão

O VIH e a SIDA continuam a ser problemas graves de saúde pública a nível global. Embora não haja cura, os avanços no tratamento melhoraram enormemente a vida das pessoas com VIH. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para controlar a propagação do vírus e garantir que as pessoas afetadas possam levar uma vida plena e ativa.