Pé diabético
O pé diabético recebe este nome por estar diretamente relacionado com a diabetes mellitus, uma vez que ocorre em pessoas, principalmente de idade avançada, que sofrem desta doença.
Pode iniciar-se sob a forma de infeção ou ferida e tem origem numa má circulação nas extremidades inferiores.
Por que razão ocorre o pé diabético?
O pé diabético, também chamado pé neuropático, deve-se precisamente à neuropatia diabética que, entre outros sintomas, pode causar uma inflamação dos nervos que reduz a sensibilidade à dor nos pés, ou mesmo nas pernas, perante possíveis lesões. Além disso, também costuma existir um problema vascular de base, e o fluxo sanguíneo para as extremidades inferiores está diminuído.
Isto faz com que os pacientes tendam a mover-se como se não houvesse dano, o que dificulta a cura da ferida e pode desencadear úlceras sangrentas ou gangrena e, em casos extremos, requerer uma amputação. Tratando-se de uma doença que afeta principalmente pessoas mais velhas, outro fator precursor do pé diabético é a perda de força em determinados músculos, que costuma acarretar deformações nos pés e nos dedos, o que se conhece como pé de Charcot.
Pé diabético: Sintomas a que deve estar alerta
Ainda que não existam sintomas exclusivos do pé diabético, qualquer lesão ou anomalia nos pés de pessoas com esta patologia, por mínima que seja, deve ser atendida rapidamente para prevenir complicações. Alguns exemplos são:
- Alterações na forma de apoio do pé e dos dedos, que tendem a dobrar-se.
- Alteração da coloração da pele e das unhas dos pés.
- Aparecimento de bolhas e calos, devido às novas posturas adotadas.
- Feridas nos pés que não cicatrizam, principalmente na planta do pé ou zonas perto do osso.
- Úlceras sangrentas e infeções, se as lesões anteriores não forem tratadas a tempo.
Em suma, a pele demasiado seca ou fina e, portanto, debilitada, pode chegar a provocar uma lesão mais grave. Esta complicação extrema afeta cerca de 10% dos pacientes, mas é possível evitá-la adotando as medidas preventivas adequadas.
Por isso, perante a menor lesão, é aconselhável ires ao médico, que poderá identificar a origem, diagnosticar o problema e definir o tratamento ideal em cada caso.
Como prevenir o pé diabético?
Se tens diabetes, damos-te alguns conselhos para cuidares dos teus pés diariamente:
- Lava-os com água morna e sabão neutro e seca suavemente com uma toalha de algodão (que deve ser lavada com frequência) a zona entre os dedos para evitar o aparecimento de fungos.
- Aplica-lhes um creme ou loção hidratante que seja emoliente e humectante. Nada de ingredientes potencialmente irritantes! E espalha-a bem até à sua total absorção, evitando que se acumulem excessos nos espaços entre os dedos.
- Vai ao podologista de forma periódica para que este realize as revisões ou curas pertinentes. Previamente, avisa da tua condição.
- Corta as unhas regularmente, num ângulo reto ligeiramente arredondado, e lima-as para que não encravem.
- Usa meias de tecido natural e com as costuras o mais planas possível para evitar fricções.
- Não apliques fontes de calor diretamente sobre os pés para os aquecer.
- Realiza exercícios de alongamento com os pés regularmente.
- Revê o interior dos teus sapatos antes de os calçares, para evitar lesões com gravilha, pedras, etc.
- Usa o tamanho correto de calçado. É importante que não tenha pregas no interior e, de preferência, com a ponta arredondada e que cubra a maior parte do pé.
- Não uses um calçado novo durante demasiado tempo para evitar fricções e bolhas.
- Evita andar de pés descalços. Deve usar-se sempre algum tipo de calçado, inclusive na praia e piscina.
Além disso, é fundamental um bom controlo da glicemia, assim como praticar exercício físico regularmente e, claro, não fumar.
É importante recordar que, em caso de sofreres de diabetes, apenas um diagnóstico adequado, um acompanhamento periódico e uma correta prevenção reduzirão o risco de desenvolveres pé diabético ou de que surjam complicações.
