
A importância de usar proteção solar
De certeza que, se pesquisaste um pouco para escolheres o teu protetor solar ideal, encontraste controvérsia em torno de certos ingredientes químicos que podem atuar como disruptores endócrinos. Muitas vezes e erradamente, estes são qualificados como "tóxicos" e alguns setores consideram que é melhor evitá-los.
Já sabes de que ingredientes falamos?
Os dermatologistas e farmacêuticos recorrem cada vez mais às redes sociais para divulgar a importância do protetor solar e defendem que, juntamente com a limpeza, é o passo mais importante na rotina diária de cuidado da pele. Como diz a nossa farmacêutica Mar Santamaria: "Se tivesse de ficar com um só cosmético antienvelhecimento, ficaria com o fotoprotetor. O sol causa a maior parte dos sinais de envelhecimento na pele (fotoenvelhecimento)".
Felizmente, o número de pessoas que afirmam usar proteção solar diariamente aumentou consideravelmente nos últimos anos. E esperamos que, se tu ainda não és uma delas, te juntes o mais breve possível!
Além de ser necessária para lutar contra o fotoenvelhecimento da pele, a proteção solar pode ajudar a prevenir o cancro de pele. Sabias que em Portugal são diagnosticados anualmente milhares de casos de melanoma?
Em qualquer caso, nunca é tarde para começarmos a cuidar de nós, por isso, de seguida, contamos-te tudo o que deves saber sobre a proteção solar e como saber escolher uma que seja segura e eficaz.
O que significa SPF?
Os protetores solares são classificados em função do seu fator de proteção solar (FPS, ou SPF em inglês). Este valor indica a proteção que um determinado produto oferece face à radiação UVB.
Ao contrário do que popularmente se crê, refere-se mais ao tempo durante o qual a pele está protegida do que à quantidade de radiação solar que bloqueia. No entanto, independentemente deste número, é preciso continuar a reaplicar a proteção a cada 2 horas, após um banho ou depois de ter suado, para garantir a sua eficácia.
O que é a luz UV?
A luz UV é um tipo de radiação procedente do sol que não se pode ver a olho nu. Existem dois tipos de luz UV: UVA e UVB. A primeira costuma estar associada ao fotoenvelhecimento, a segunda é a principal responsável pelas queimaduras solares e, portanto, más notícias: ambas causam danos na pele a longo prazo e podem provocar cancro. Sim, no caso dos raios UVA, também se estiver nublado ou se estiveres do outro lado de uma janela.
Muitas marcas acrescentam "de amplo espetro" nas suas embalagens para indicar que o produto protege tanto dos raios UVA como dos UVB. Se não aparecer esta referência, nem PA++ (quanto mais +++, mais proteção), nem indica expressamente "UVA" dentro de um círculo, o protetor solar não protegerá face a este tipo de radiação.
Protetor solar físico ou químico?
Os protetores solares protegem a pele de forma diferente segundo os seus ingredientes:
- Filtros químicos ou orgânicos (oxibenzona, avobenzona, octinoxato, homosalato, octocrileno, Mexoryl…) penetram na pele, absorvem a radiação UV, convertem a radiação em calor e libertam-na do corpo. Devem ser aplicados pelo menos 15 minutos antes da exposição solar para que sejam totalmente eficazes e costumam ter um acabamento mais impercetível sobre a pele.
- Filtros físicos ou minerais (óxido de zinco, dióxido de titânio) formam uma barreira física na parte mais externa da pele que reflete os raios UV. Costumam ser mais pesados, menos resistentes à água e podem dar um aspeto esbranquiçado à pele ao aplicá-los, mas também são mais suaves para as peles sensíveis e normalmente mais respeitosos com o meio ambiente.
Investigação de ingredientes potencialmente tóxicos
Como indica Mar Santamaria, é importante destacar que "todos os protetores solares têm de ajustar-se às normas de segurança e eficácia, cumprindo com testes e especificações, assim como estar sujeitos à cosmetovigilância uma vez no mercado". Obviamente, se existirem dúvidas acerca de que um filtro não é seguro, o produto não pode ser posto à venda. "A evidência científica evolui e é reavaliada de maneira constante", acrescenta a especialista.
Os estudos até à data não provam que haja toxicidade nos filtros químicos mencionados anteriormente ao serem aplicados como cosméticos nas doses e segundo o uso do produto, pelo que, após passarem as especificações de segurança pertinentes, são considerados seguros.
Os protetores solares minerais costumam ser uma alternativa melhor tolerada em peles muito sensíveis ao permanecerem no estrato córneo. No entanto, a nível de segurança, tanto os filtros físicos como os químicos devem demonstrá-la por igual.
Como escolher a proteção solar perfeita
Quando se usa proteção solar, é preciso ter em conta que o seu efeito pode desaparecer ao longo do dia. Por esta razão, recomenda-se reaplicá-la a cada duas horas e com mais frequência se passares tempo na água ou na areia ou em lugares com neve.
Alguns critérios a ter em conta na hora de optares por um creme solar são a textura do produto e o seu acabamento, o tipo de pele e fotótipo ou que atenda necessidades especiais (pele hipersensível, com patologia cutânea, com queratose actínica...).
Não te esqueças de que é importante escolher um fotoprotetor que proteja tanto dos raios UVA como dos UVB e que tenha um SPF de 30 ou superior. E tu, já tens o teu?