Vício do açúcar: os segredos para o superar

Vício do açúcar: os segredos para o superar

É um facto: o açúcar adicionado está presente

É um facto: o açúcar adicionado está presente, em maior ou menor grau, em grande parte dos alimentos processados que nos rodeiam no supermercado. Sabias que o pão de forma, o fiambre, os molhos ou até as papas “especialmente concebidas para bebés” são exemplos disso?

O açúcar é usado na indústria alimentar por três razões: é económico, atua como conservante para prolongar o prazo de validade e, sobretudo, torna o produto mais agradável ao paladar. Isto, somado à falta de educação básica em nutrição, resultou num excesso de glicose no organismo da maioria da população. Consequências? A dependência do açúcar e um aumento exponencial da probabilidade de desenvolver doenças como diabetes tipo 2, obesidade e demência, entre outras.

O açúcar é uma droga?

De certeza que alguma vez sentiste ansiedade por comer doces ou “síndrome de abstinência de açúcar”. E, embora não corresponda a 100% à definição de “substância aditiva”, o consumo de açúcar pode levar a uma certa compulsão ou comportamento de ingestão repetitiva, e pode gerar dependência emocional ou psicológica por determinados alimentos ou bebidas.

Alguns estudos comparam o padrão de adição com o gerado pela cocaína (salvaguardando as devidas distâncias), devido à libertação de dopamina e serotonina que o seu consumo produz, daí que se recorra frequentemente a produtos açucarados quando existe ansiedade, stress ou um baixo estado de espírito. Além disso, este tipo de alimentos costuma ser rico em hidratos de carbono de absorção rápida, o que proporciona um impulso de energia inicial muito atrativo para quem sente cansaço com frequência.

Em qualquer caso, a adição ao açúcar costuma ser fácil de detetar quando:

  1. Consomes grandes quantidades de alimentos ou bebidas açucaradas como parte da dieta habitual.
  2. Tomas como “solução” a curto prazo para o stress do trabalho ou para suportar a ansiedade ou a depressão.
  3. Aparece aumento de peso e dificuldade em te concentrares nas responsabilidades do dia a dia.
  4. Produzem-se compulsões alimentares, normalmente seguidas de sentimento de culpa e arrependimento.

Mas há sempre que procurar o lado positivo e é que, ao contrário de outras adições mais sérias, é fácil pôr-lhe um remédio.

Como superar a dependência do açúcar

Se queres saber como te desabituar do açúcar e do vício do doce, temos os conselhos que procuravas para começares a trabalhar nisso:

  1. Descobre a origem da tua dependência do açúcar. Se reside em fatores emocionais, esquece fazer dietas que restringem alimentos açucarados. Em vez disso, consulta um profissional de saúde mental que te ensine as ferramentas necessárias para dar resposta ao teu problema.
  2. Os edulcorantes vão ajudar-te a reduzir calorias e podem ser uma boa forma de substituir o açúcar no dia a dia, mas não solucionam os desejos de doçura nem beneficiarão em nada a tua flora intestinal. Tenta reduzir o consumo pouco a pouco, até que consigas prescindir deles por completo e te acostumes ao sabor real dos alimentos.
  3. Aprende a ler o rótulo dos produtos. O açúcar tem muitos sinónimos: sacarose, frutose, dextrose, maltodextrina, polióis, xaropes, sumos, mel… Saber o que estamos a comprar (e a comer) vai ajudar-nos a tomar melhores decisões na hora de fazer as compras.
  4. Toma o pequeno-almoço. Não pelo que se diz de que “o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia”, mas porque um pequeno-almoço nutritivo e saciante ajuda a prevenir desejos e petiscos entre as refeições.
  5. Por último, aqui vai o truque mais antigo da história: se não queres comer, não compres. Ter força de vontade é muito difícil (podes crer), por isso, o melhor que podemos fazer é ter a menor quantidade possível de doces processados em casa e substituí-los por fruta fresca ou frutos secos ao natural. Deste modo, o petisco entre as refeições converte-se numa opção muito mais saudável.