A dor de cabeça
A dor de cabeça, além de incômoda, é uma condição muito comum. Mais de metade da população mundial sofre de dores de cabeça pelo menos uma vez por ano, de acordo com um estudo recente publicado no The Journal of Headache and Pain.
Dentro das cefaleias, encontramos também as enxaquecas, outro tipo de dor que costuma ser confundida com as dores de cabeça habituais.
Como se pode diferenciar uma dor de cabeça de uma enxaqueca? O que fazer em caso de dor de cabeça e quando deves consultar o médico? A seguir, damos resposta a todas estas perguntas para que aprendas a diferenciar entre os sintomas que acompanham uma dor de cabeça daqueles que definem as enxaquecas.
O que é uma dor de cabeça?
A cefaleia tensional é a dor de cabeça mais comum. Trata-se de uma dor de leve a moderada e que se produz sobretudo na zona do crânio.
Existem diferentes tipos de cefaleias tensionais que se distinguem pelo seu modo de aparecimento, pela sua localização (testa, meio da cabeça, toda a cabeça), pela sua intensidade (dor moderada ou intensa que impede as atividades diárias) e pela sua duração. De facto, as dores de cabeça podem durar desde 30 minutos até 7 dias. Além disso, dependendo da sua causa, podem vir acompanhadas de outra sintomatologia como febre, frio ou náuseas.
Para distinguir entre a cefaleia tensional (conhecida comummente como dor de cabeça) e a enxaqueca, é importante prestar atenção a uma série de fatores que designarão uma ou outra condição, respetivamente.
No caso da cefaleia tensional ou dor de cabeça:
- Localização: crânio ou testa.
- Dor: surda e opressiva.
- Duração: de 30 minutos a 7 dias.
- Intensidade da dor: de leve a moderada.
- Dor agravada com o exercício físico: não.
- Náuseas ou vómitos: não.
- Hipersensibilidade à luz, aura: não.
- Sensibilidade ao ruído ou aos odores: provável.
No caso da enxaqueca:
- Localização: apenas num lado do crânio.
- Dor: pulsátil ou latejante.
- Duração: de 4h a 72h.
- Intensidade da dor: de moderada a severa.
- Dor agravada com o esforço: sim.
- Náuseas ou vómitos: sim.
- Hipersensibilidade à luz, aura: sim.
- Sensibilidade ao ruído ou aos odores: muito provável.
Quais são os principais desencadeadores da dor de cabeça?
As causas das cefaleias tensionais costumam ser desconhecidas. No entanto, há alguns fatores que podem contribuir para o seu aparecimento. Estes incluem:
- O stress e o excesso de trabalho, que podem provocar tensão muscular no pescoço e na região cervical.
- Fadiga.
- Consumo de bebidas alcoólicas.
- Consumo excessivo ou repentino de café (relacionado com a cafeína).
- Necessidade de usar óculos ou usar óculos mal ajustados.
- Ruído.
- Consumo de determinados alimentos: queijos demasiado curados, frutos secos, chocolate, vinhos brancos, enchidos, citrinos, natas azedas, bolos, intensificadores de sabor (glutamato) ou edulcorantes (aspartame), etc.
Além disso, estas dores de cabeça costumam ocorrer com uma maior frequência e intensidade em pacientes com artrose cervical, assim como em pessoas grávidas devido às alterações hormonais a que se veem sujeitas.
Conselhos para aliviar a dor de cabeça
Existem várias formas para aliviar a dor de cabeça. Em primeiro lugar, tenta deitar-te num quarto tranquilo e escuro onde possas descansar corretamente. A seguir, coloca uma compressa fria na testa e no pescoço para ajudar a reduzir a dor ou toma um banho quente (atenção para não adormeceres!). Assegura-te também de dormir a quantidade de horas que o teu corpo necessita.
Por outro lado, se as dores de cabeça são ocasionais ou estão relacionadas com uma causa conhecida, podes tomar analgésicos de uso comum, como ibuprofeno ou paracetamol. Se estas cefaleias durarem mais do que o habitual e não desaparecerem após 48 horas de automedicação, deverás consultar o teu médico. Da mesma forma, se as dores de cabeça vierem acompanhadas de outros sintomas como visão turva, tremores, agitação grave, febre alta, vómitos, sensação de desmaio ou dificuldade para caminhar, entre outros. Deverás entrar em contacto de forma imediata com os serviços de assistência sanitária.
Como aliviar a dor de cabeça de forma natural?
Além dos analgésicos que pode recomendar um farmacêutico, como o paracetamol e o ibuprofeno, existem remédios naturais baseados em plantas e óleos essenciais que também podem ser de grande ajuda em caso de dor de cabeça.
Entre as plantas que podem aliviar a dor de cabeça, podemos encontrar o salgueiro branco ou a ulmária, também conhecidos como aspirina vegetal. Ambos contêm ácido salicílico, o precursor da aspirina, elemento que funciona como tratamento para a cefaleia tensional e a enxaqueca.
Quanto aos óleos essenciais, o mais recomendado e conhecido é o óleo de menta, cujo efeito de vasoconstrição fria permite acalmar rapidamente as dores de cabeça. Pode ser aplicado puro, com uma gota massajada nas têmporas, evitando sempre o contorno dos olhos.
A lavanda, por sua vez, também produz um efeito analgésico, da mesma forma que o óleo de menta. Ao atuar sobre os vasos sanguíneos, ajuda a aliviar os músculos e os nervos e as suas propriedades relaxantes e calmantes são também muito benéficas para controlar o stress durante um ataque de dor de cabeça.
Por último, o óleo essencial de camomila romana é conhecido pela sua potente ação anti-inflamatória e analgésica, o que permite aliviar a tensão e a dor provocadas por uma dor de cabeça.
Recorda que os óleos essenciais não são recomendados durante a gravidez e a amamentação, e também não estão indicados para crianças menores de 6 anos. Em caso de tratamento médico ou de doença prolongada, consulta o teu médico antes de os utilizar.
Assim, tanto o tipo de dor como a sua intensidade, duração e a sua localização vão permitir-te diferenciar se sofres de dor de cabeça ou se se trata de uma enxaqueca. Além disso, lembra-te que a dor de cabeça pode ser aliviada de muitas maneiras, sendo os analgésicos e os óleos essenciais os dois remédios mais recorridos e eficazes.
Por outro lado, as dores de cabeça persistentes podem ser, por vezes, embora raramente, um sintoma mais de doenças como hipertensão arterial, hipertensão ocular, AVC, etc., e requererão atenção médico-sanitária imediata. O mais importante é que realizes um reconhecimento dos sintomas da cefaleia para a gerir da maneira mais eficiente segundo a situação e, sempre que tenhas dúvidas sobre os sintomas e a sua intensidade, consultes um profissional de saúde.
